ASPECTO HISTÓRICO DA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL – PÓLO – “PROFESSOR GILBERTO DE ARAÚJO TEIXEIRA”
Gilberto de Araújo Teixeira nasceu em Santa Maria-RS, em 04 de maio de 1917, filho de João Teixeira da Silveira e Dona Ana Cândida de Araújo, ambos falecidos nas terras gaúchas de Santa Maria. Concluiu seus estudos de 1º Grau na Escola Marista em Santa Maria-RS e o 2º Grau (Técnico em contabilidade) em Guairá-PR.
Casou-se com Lucila Calvoso Teixeira com quem teve 06 filhos: Ana Maria, João Gilberto, Múcio José, Regina Cecília, Raquel e Terezinha Suzana.
Chegou às terras de Iguatemi-MS, antigamente Vila Sacarão, no dia 15 de maio de 1946, procedente de Andradina-SP. No ano de 1951, o Sr. Gilberto transferiu residência de Iguatemi para Colônia Penzo, hoje, denominada Antônio João, onde exerceu a função de primeiro Cartorário, sendo também fundador desta região e também agropecuarista, tendo lá residido até 1956 quando se mudou com toda a família para a cidade de Três Lagoas-MS. No período de 1959 a 1964 foi arrendatário e professor da Escola Particular de 1º Grau João Magiano Pinto, também conhecida como “Escola 2 de Julho”.
De 1964 a 1966 explorou economicamente em terras de sua propriedade uma granja-horti-fruti-granjeira; em março de 1966 transferiu-se novamente para a terra da qual não se esquecera Iguatemi.
Atuou em Iguatemi como Exator-Chefe no período de 18 de março de 1966 a 1968; exerceu a função de Prefeito Interino do mesmo município no período de 1969 a 1970, demonstrando liderança política e capacidade administrativa em relação à causa pública. No período de seu mandato fez várias benfeitorias, tais como: inaugurou a Energia Elétrica, construiu várias pontes de madeira que possibilitou a ligação de forma mais efetiva da sede do município aos Distritos Jurisdicionados, batalhou intensamente pela preservação e revigoramento das tradições regionais, fortaleceu laços de patriotismo através da promoção de atividades cívicas nacionais.
Em todos os momentos de sua vida sempre se fez presente sua querida esposa, Lucila, apoiando-o e auxiliando-o em todas suas empreitadas em benefício da comunidade iguatemiense, dedicando sua vida ao Desenvolvimento, Educação e Cultura de sua gente.
Gilberto e família embarcaram no trem da Noroeste do Brasil, em Andradina-SP, onde residiam e foram até Ponta Porã-MS. Nessa época o único meio de ligação com o Estado de Mato Grosso do Sul era o trem, já que não existiam rodovias viáveis. De Ponta Porã-MS até Amambaí foram de jardineira mista que se constituía, metade carroceria e metade com bancos de madeira e lonas nas laterais para protegerem os passageiros em caso de chuva.
De Amambaí para Iguatemi, a situação piorava, já que o trajeto só poderia ser feita em carreta ou cavalo, no caso, foi feita de carreta.
Embarcaram em Amambaí na carreta do Sr. Chaparro e partiram rumo a Sacarão; a viagem em virtude de ter sido feita numa época chuvosa, foi mais demorada, levando 11 dias para se percorrer 114 quilômetros.
Ficaram 03 dias na casa do Sr. Manoel Serralha por não conseguirem atravessar o ribeirão Sirigüelo que estava muito cheio, sem contar as noites que passaram a céu aberto no meio do campo, algo inédito para habitantes da cidade.
Em Iguatemi foram recebidos com muita alegria pelo Sr. Saturnino de La Cruz que se tornou amigo da família, até quando soube de sua morte em circunstância bastante trágica.
Alojou-se numa tapera e teve início o arrebanhamento e alfabetização de crianças de todo tamanho e idade, muito mais adultos que crianças da região, que durante 04 anos conviveram com os professores Gilberto e Lucila, recebendo os ensinamentos escolares e tendo neles um exemplo de dedicação ao ensino e ao trabalho pela sobrevivência.
Os professores Gilberto e Lucila foram de muita importância à população da região; pregaram a fé católica, prepararam e batizaram muitas com o auxílio de padres de Ponta Porã, distribuíram muitos remédios para a população mais carente, visto que recebiam amostras grátis do Dr. Ramalho (cunhado de Dona Lucila) da cidade de Andradina-SP.
Na parte da manhã, o professor Gilberto lecionava e na parte da tarde dava duro na roça, chegando a exportar banana para a cidade de Guairá-PR, aumentando seu conceito junto à população local.
Iguatemi naquele tempo não tinha comunicação com o resto do país, a não ser quando algum amigo da família em Andradina, passando de avião jogasse jornais e revistas do Estado de São Paulo na rua principal da vila que era toda gramada.
Viveram nesta região por um período de 10 anos, sendo 05 na primeira vez e 05 na segunda vez; por tudo que eles fizeram nesses anos em meio a tantas dificuldades, no afã de levarem esclarecimentos às cabeças das crianças da região de Iguatemi podemos afirmar sem medo de errar que eles foram os verdadeiros pioneiros do ensino em Iguatemi e região e a comprovação está em que pais e filhos daquela época guardam em suas memórias até hoje os feitos e préstimos deste brilhante casal que na simplicidade dos seus atos ajudaram a construir nosso município.
Gilberto faleceu em Santa Maria-RS no dia 26 de fevereiro de 1987 com 70 anos, deixou muitas recordações a todos aqueles que com ele conviveram no intuito de uma vida melhor. Conheça todas clicando no link.